terça-feira, 16 de junho de 2015

UM POUCO MAIS DE VERDADE SOBRE 1964

1964: RESPOSTA DE ORAÇÃO
Pr. Érico Rodolpho Bussinger
De uns tempos para cá eu tenho sentido a necessidade de escrever um testemunho pessoal a respeito desse tema, a Revolução de 31 de março de 1964, que iniciou no Brasil uma época que tem sido muito denominada de “ditadura”. Passados 50 anos daquele período (mais do que os 40 anos de Israel no deserto), as novas gerações do Brasil desconhecem o que se passou. Pelo fato de haver poucas fontes de informação do “outro lado”, além de elas não terem espaço na mídia, o que é tido como a “verdade” a respeito é a versão mais divulgada, que se resume no informar que os “hediondos”militares brasileiros deram um “golpe”, apoiados pelos “imperialistas” americanos, que derrubou o governo “popular” e democrático de João Goulart e instaurou um período negro de ditadura, em que foram suspensas (ou banidas) as mais básicas liberdades democráticas. Esta é a versão que está na cabeça dos mais novos, mesmo porque é a única versão com direito de ser ensinada nas escolas (isso é ditadura). E os evangélicos em grande maioria (também porque na maioria têm menos de 50 anos) acreditam nessa idéia.
Do meu ponto de vista, como testemunha ocular daquela época, as coisas foram bem diferentes. Do ponto de vista de Deus também, razão pelo que me animei a escrever sobre o tema.
De governantes populistas o Brasil sempre teve fartura, porque os brasileiros gostam disso. Um deles, que marcou época, foi Juscelino Kubitschek (1956-1960), que implantou a indústria automobilística no Brasil e construiu a nova capital Brasília. Ninguém nunca duvidou da sua brasilidade, mesmo porque apesar do sobrenome, era de origem humilde e filho de uma lavadeira. Como conseqüência do seu governo de gastos desregrados, adveio a cultura da inflação, de que não nos livramos até hoje. Não havendo na época a reeleição, Juscelino empossou o seu sucessor Jânio Quadros, enigmático e mais populista ainda, sob a promessa de moralizar o Brasil e varrer a corrupção. Sua renúncia, apenas 7 meses após empossado, ainda é cercada de mistérios. Mas a conseqüência clara disso é que sua saída mergulhou o país numa séria crise (1961-1964). Entre outras razões, porque seu vice João Goulart não era reconhecido como grande líder, sendo muito mais influenciado pelo homem forte do seu governo, Leonel Brizola, este sim muito mais populista. Jango tentou governar, mas a verdade é que não conseguiu. Seu governo se arrastou em meio a constantes manifestações populares, greves, inflação e convulsão política.
Nessa época do governo João Goulart o comunismo mundial estava em franco expansionismo. A União Soviética (Rússia e muitos outros países comunistas) se mostrava muito poderosa e capaz de confrontar os Estados Unidos. Foi a época chamada de “Guerra Fria”. O mundo estava dividido entre os comunistas e simpatizantes e por outro lado os “livres”, que se refugiavam sob o guarda-chuvas dos EUA. Foi quando eles criaram programas de ajuda aos países que os apoiassem (como a Aliança para o Progresso). Os demais países, que não se alinhavam com os 2 blocos eram chamados de terceiro mundo. E havia uma investida “diplomática” dos 2 blocos em cima dos países não alinhados (como o Brasil). Em franco processo de crescimento, os países comunistas investiam fortunas na propaganda do comunismo (muito chamado de socialismo), em treinamento de líderes para os movimentos guerrilheiros e na mídia. O Brasil teve centenas de milhares de estudantes, profissionais de imprensa e camponeses treinados na Rússia, em Cuba e em outros países comunistas.  A China tinha caído nas mãos comunistas há pouco mais de 10 anos, era muito pobre e estava se reestruturando. Cuba havia caído há pouco nas mãos comunistas. O rolo do comunismo já tinha passado por cima de muitos países e já perto da metade da população mundial vivia sob governo comunista (em geral num regime de ditadura do “proletariado”). O Brasil era a “bola da vez”.
A realidade do país em 1963 era de total apreensão quanto ao que viria acontecer. Brizola reunia milhões de pessoas em seus comícios, regados a muito dinheiro público (ele mandava no cunhado presidente), apoio obrigatório da CGT (Central Geral dos Trabalhadores), que já organizava sucessivas greves gerais, paralisando todo o país. O desabastecimento era já conhecido. Apagões também. Faltava água, comida, transportes, estradas, telefones, etc. Para telefonar entre 2 cidades no Brasil a pessoa podia ficar 2 horas na fila esperando a “telefonista” conseguir completar a ligação. A estagnação econômica era sentida. O país parava, à espera de algo. O que? Todos sabiam que uma revolução de esquerda estava a caminho. Ela era pregada a todo instante. Guerrilheiros eram treinados nos campos, sob a bandeira da Liga Camponesa (Francisco Julião). Ataques terroristas e sequestros de “grandes” já era comum. Nas escolas os estudantes secundaristas se levantavam, pedindo reformas, sem saber direito quais e o que isso significava. Nas universidades o clima era quente, onde as aulas eram poucas e a pregação da Revolução era aberta. Estudantes profissionais (como José Dirceu) só faziam agitar e organizar as manifestações estudantis. Não havia repressão alguma. O governo concordava com tudo isso. Todos esperavam alguma revolução (de esquerda) para breve. Fato a notar também é que grande parte do povo “acreditava” na propaganda comunista, achando que o país iria melhorar após as “reformas” ou Revolução. E muitos evangélicos também entravam nessa corrente. O Evangelho social, Teologia da libertação e outras pregações socialistas eram comuns nas igrejas. É bom notar, entretanto, que naquela época os evangélicos eram poucos(menos de 10% da população) e não tinham influência sobre a política.
A propaganda comunista era tão bem feita, que praticamente ninguém acreditava que no Brasil a História de outros países se repetiria. Em todos os países onde o comunismo entrou, multidões foram assassinadas. Na Rússia se disputava quem matou mais, se Lênin ou Stálin. Mas sempre aos milhões. O mesmo nos países do leste europeu, em Cuba, na Coréia (4 milhões), Vietnam, Camboja (onde mataram milhões com enxadas e foices, para não gastar munição), etc. Na China não tenho idéia da cifra, mas os assassinados por causa da Revolução Comunista chegaram a muitos milhões. E no Brasil não seria diferente. Mas ninguém acreditava nisso, tão perfeita era a propaganda comunista.
Em quase desespero, os evangélicos (não esquerdistas) se puseram a orar. Em 15 de novembro de 1963 foi proclamado um dia nacional de jejum e oração pela pátria, liderado pelo Pr. Enéas Tognini. Os evangélicos, apavorados, aderiram em massa. E oraram.
E Deus atendeu!
A Revolução aconteceu de surpresa (não a comunista). Foi quando se levantou um general “maluco”, chamado Olímpio Mourão Filho, que saiu de Juiz de Fora, com a tropa na estrada, em direção a Brasília, para depor o presidente João Goulart. Foi ato isolado. Em princípio não houve coordenação. Mas evoluiu. Coisas aconteceram. E em 24 horas a situação já estava resolvida. O presidente Jango foi embora. E começou uma nova era.
É verdade que a partir daí houve falhas, erros e também corrupção, como sempre houve no Brasil (mas nem de longe como agora). Não foi ditadura na expressão do termo, porque havia eleições, congresso funcionando, etc. E havia liberdade para quase tudo. No Regime Militar a liberdade religiosa era praticamente total. A única liberdade que não havia no país era a de pregação comunista e ação guerrilheira (onde estava encaixada Dilma Roussef). E houve alguns mortos. Fora isso, o país andava normalmente. E andava mesmo. Foi a época de maior crescimento econômico do país. Foi quando as grandes obras foram realizadas (Ponte Rio-Niterói, Itaipu, Embratel, as principais estradas, etc.). Mas os tempos mudaram. Veio a “redemocratização”, a “liberdade” e a ansiedade.
Agora, 50 anos depois, parece que a História quer se repetir. A corrupção é vergonhosa, as manifestações públicas se multiplicam, a Economia patina, a “doutrinação” nas escolas é flagrante e a apreensão toma conta de todos. As famílias estão perplexas.
Eu creio que está na hora de o povo de Deus orar novamente.

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