terça-feira, 16 de junho de 2015

O SUCESSO DIRIGE A IGREJA?

IGREJA E O MARKETING

Pr.Érico Rodolpho Bussinger

O mundo moderno tem tido uma tal influência sobre nós, que normalmente não conseguimos raciocinar abstraídos da idéia de que tudo gira em torno do dinheiro, da propaganda, do lucro e do sucesso. Até as igrejas são organizadas como empresas e as pessoas gostam. Se uma igreja lança um plano de saúde ou um cartão de crédito as pessoas aplaudem. Significa sucesso. Se um pastor põe sua propaganda em “outdoors” ele fica famoso e respeitado. Uma igreja cuja liturgia se assemelha a um programa de auditório logo enche e fica por isto respeitada. A figura de “ministros” animadores de auditórios é bem valorizada no meio evangélico. Reuniões de “entretenimento religioso” são normais nas igrejas “de sucesso”. Qualquer “pastor de sucesso” sabe que precisa “planejar” a programação da sua igreja no sentido de ter muita “novidade”, a fim de agradar aos membros e ter motivos para atrair outros de fora. É o que o povo quer.

Dentro desse quadro, que é o normal nas igrejas evangélicas de nosso tempo, procura-se organizar as reuniões na forma de “shows”, para que as pessoas assistam e gostem. Em conseqüência as pessoas que “são evangelizadas” só o são ali, dentro das quatro paredes. As pessoas vêm como estão. E permanecem como são. Os membros das igrejas não sabem evangelizar. Eles se limitam a convidar as pessoas para as programações da igreja e estas sim, as programações, em geral são dirigidas por pessoal profissional, exímios dirigentes de shows de auditórios. Eles agradam às pessoas e estas vêm para a igreja. E isso é o evangelizar de nossos dias. Cada vez mais, em nossos dias, a noção de “evangelizar as pessoas” se confunde com trazer as pessoas para dentro da igreja. Isto é, para se acostumarem ou ficarem firmes no assistir às suas reuniões. A administração das igrejas se torna muito complexa.

Não há nada mais distante do Evangelho que Jesus vivia e pregava. Leia a Bíblia. Ele não organizava reuniões, não programava eventos, não ficava parado em algum templo, não se vestia “na moda”, não gostava de publicidade, não usava a “mídia” (em geral controlada pelos sacerdotes), Ele era duro nas exigências para as pessoas que quisessem seguí-lo (tomar a sua cruz) e não andava pelo sucesso. Totalmente ao contrário do que é considerado normal hoje em dia nas igrejas. Ele falava em negar-se a si mesmo, vender tudo, santificar a vida, buscar em primeiro lugar o Reino de Deus, dar fruto ou ser cortado, etc. Tudo com Jesus era muito simples. E claro.

Com qual modelo vamos ficar? Ou qual deles vamos escolher? Vamos seguir o modelo de Cristo ou nos adaptarmos ao modelo de igrejas de nossos dias? Qual o parâmetro de análise que vamos tomar para avaliar os resultados do nosso trabalho ou do nosso ministério? Vamos procurar o sucesso também? Ou vamos nos contentar com poucas pessoas e pouco sucesso?

Aos que procuram se adaptar aos tempos modernos, com toda certeza a sua “bíblia” passa a ser as leis e princípios do marketing e o sucesso se torna o seu “deus”. Métodos de alcançar resultados numéricos vão substituir os textos bíblicos, que passarão a ser apenas pretextos. E a santificação será “coisa do passado”.

Afinal, você admira a vida de santidade dos pastores e líderes que aparecem na TV ou no restante da mídia de nosso tempo?

Ou será que estou desejando “o “um outro evangelho”?

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