QUE ADIANTA SER CRENTE?
Pr. Érico Rodolpho Bussinger
. Será que não estamos, nós cristãos, perdendo o foco daquilo que é importante?
O que Deus lucra quando ocorre um mega-evento “gospel” ou uma grande concentração “evangélica”, reunindo multidões e sendo bastante divulgada na mídia? De forma semelhante, o que Deus lucra quando nos preparamos para um debate e defendemos galhardamente a existência de Deus? Quando condenamos arduamente a pecaminosa atitude homossexual, o que o Reino de Deus ganha?
. Deus nos diz que a nossa
“luta não é contra a carne e o sangue” ( Ef.6:12), mas “sim contra os principados e potestades, nas regiões celestes”. Devemos entender, nós cristãos, que o nosso combate é essencialmente de natureza espiritual, ocorre no mundo espiritual, contra Satanás e seus demônios e o objeto da luta são as vidas, que Deus tanto ama.
É a luta pela conversão das pessoas.
. Dentro dessa visão, Deus não é glorificado no fato de uma determinada “denominação” construir uma grande catedral, ou mesmo reunir muitos milhares de pessoas. Na verdade, é sabido por todos nós que
maior alegria há no Céu por um pecador que se arrepende do que por multidões reunidas nas igrejas.” (Lc.15:7). Afinal, para que as multidões se reúnem nas igrejas, lotando os belos e hoje suntuosos templos evangélicos? Na verdade eu vejo isso como um grande retrocesso, em termos estratégicos.
Ao invés de 10.000 pessoas reunidas num só lugar, seria muito mais proveitoso que houvesse 100 reuniões simultâneas de 100 pessoas cada uma, em 100 locais diferentes. Isso estaria muito mais de acordo com o “Ide e espalhai-vos” de Jesus.
. Os evangélicos estão achando que é uma grande vitória nossa provar que o evolucionismo é bastante errado, pois crê e ensina algo como um relógio ser fabricado todo por acaso e ainda ser capaz de gerar outros “relogiosinhos”, por sua vez capazes de crescerem e gerarem outros “relogiosinhos” ainda mais modernos. Um absurdo pior do que esse está sendo ensinado como “Ciência”. É o evolucionismo. E nós nos sentimos os tais em denunciar isso e crermos num verdadeiro criador.
E daí? Que adianta só crer e não ter obras? (Tg.2:17)
.
A vida cristã não consiste só no crer, mas muito mais no fazer. O amor é a prova do novo nascimento. A prática do testemunho, da adoração e culto pessoal, da oração, da visitação, da santificação é o em que consiste a verdadeira religião (Tg.1:27). E isso está um pouco “fora de moda” nas igrejas evangélicas de nossos dias. Essa pregação não faz sucesso.
. Se formos ao Antigo Testamento, veremos por exemplo, no Salmo 96 a essência do que Deus requer de nós: Culto a Ele, com louvores verdadeiros, proclamação do Evangelho, dar honra a Deus na vida diária, dar a Deus o tributo que lhe é devido, incluindo o nosso trabalho para Ele, etc. Mas essas coisas, que fazem parte da verdadeira vida cristã, dependem de uma decisão pessoal de cada um, além de uma orientação pessoal supervisionando a sua prática.
Para isso existem os pastores. Será? Supervisionar um rebanho e acompanhar a vida de cada cristão, para que faça a sua parte no crescimento da Igreja e na expansão do Reino de Deus (Ef.4: 16) dá muito trabalho. É mais fácil (e dá mais sucesso) reunir milhares de crentes (acomodados, anônimos, covardes e despreparados) num grande auditório e ficar fazendo entretenimento religioso para eles, com seqüências de shows religiosos.
. E Deus, como fica nessa vida (moderna) da Igreja?
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