SOBRE SATANÁS
“ REINA MAS NÃO GOVERNA”
Pr. Érico Rodolpho Bussinger
A famosa condição acima, a respeito da Rainha da Inglaterra, tem sido usada como parâmetro para caracterizar muitas situações administrativas, políticas, familiares e até nas igrejas também. Há uma pessoa que é “dona”, mas não manda. Outro é o presidente, mas figurativo. Um ainda é o pastor, mas outra pessoa é quem “manda” na igreja. Esse jogo de “faz-de-conta” satisfaz a muita gente. Numa igreja, por exemplo, o pastor ”finge” que pastoreia, enquanto os membros “fingem” que obedecem. Infelizmente, este quadro é muito comum. E satisfaz a muita gente! Mas somente aos nossos olhos. A fundo, todos sabem que diante de Deus a situação é totalmente outra.
Eu quero me referir agora à situação de
Satanás. Segundo Jesus (Jo.8:44) ele é mentiroso e por isso tenta enganar o mundo. E o pior é que consegue enganar muita gente.
Ele se faz passar por “Rei” de um “Reino de Trevas”, que tem a petulância de se opor a Deus e cujo reino seria muito mais simpático, atraente e confortável que o Reino de Deus. Como Deus não está julgando agora as pessoas, e isso acarreta um certo senso de impunidade, Satanás se aproveita dessa “demora” de Deus em agir (2Pe.3:9), para fazer propaganda e arregimentar pessoas. Segundo a Bíblia, quando por ocasião da 2ª.vinda de Cristo,
Satanás vai ter a maioria do mundo a seu favor (Mt.24.12). A porta “estreita” do Evangelho dará “força” ao diabo para levar o mundo quase todo à batalha do Armagedon contra Jesus, que estará voltando à Terra (Ap.19:19).
O auge, entretanto, do sucesso de Satanás, será ao final do Milênio (Ap.20:7,8), quando solto ele conseguirá arregimentar dessa vez sim, o mundo todo, contra Deus. Será o “fim” (1Co.15:24). Deus agirá rapidamente, prenderá e condenará imediatamente o diabo e levará as pessoas ao julgamento do Grande Trono Branco, o chamado Juízo Final (Ap.20:10,11).
A Bíblia ensina que, devido ao Livre Arbítrio que Deus concedeu aos homens (no que foram criados à Sua imagem e semelhança, dotados de capacidade de decidir sim ou não),
a presença do “mal” se tornou necessária. Uma escolha exige que haja opções. Se o ser humano fosse “obrigado” a fazer o bem, não teria sido criado à imagem e semelhança de Deus.
A existência do mal é necessária (Is.45:7) para dar ao homem a opção da escolha. E Satanás é mantido para exercer essa função necessária. Mas Deus é fiel, soberano e poderoso para não permitir a Satanás ultrapassar “seus limites”. Caso contrário, o diabo poderia “tolher” o livre arbítrio do homem, o que Deus não permite.
A escolha da verdade tem que ser uma “opção” livre e individual do ser humano (Jo.3:21). Mas a escolha do mal é mais sutil. Devido a já termos nascidos no pecado (Rm.3:10,23- Sl.51:5), precisamos “atingir” uma idade “da razão”, para confirmarmos a escolha do mal.
E isso os homens fazem quando conscientemente “fogem” de Deus (Jo.3:19,20 ). E vem a condenação!
A Bíblia revela, no entanto,
um Satanás (adversário) limitado (graças a Deus).
Ele é também uma criatura, não é pré-existente. Satanás é anjo (espírito) e tem autoridade delegada por Deus (Ez.28:14). Deus ainda não cassou a autoridade do diabo.
No entanto, ele não é um rei. É sim o “Príncipe deste mundo” (Jo.14:30), que significa a principal pessoa nesse estado de coisas que não obedece a Deus, o mundo (1Jo.2:15-17). Satanás tem poder (limitado), tem permissão de Deus para agir no mundo e a permissão que Deus lhe dá para enganar e atuar nas pessoas vai aumentar ainda mais na “Grande Tribulação” (Ap.12:9 e 13:4).
A permissão que Deus dá a Satanás para agir no mundo se estende aos seus demônios, a quem Satanás “organiza” em principados (Ef.6:12), territórios (Dn.10:13) e especialidades, para maior eficácia da sua ação. É-lhes permitido, por exemplo, chegar bem próximos aos cristãos, para tentar amedrontá-los (1Pe.5:8).
Mas não pode tocar neles (1Jo.5:18), a não ser em situações específicas e com a permissão de Deus (Jó 1:12). Satanás não é criador de nada, como de chuvas, calamidades e doenças. Nem do mal. Com a permissão específica de Deus, no entanto, ele pode fazer qualquer dessas coisas (Jó 1:13-19). O diabo também não é “Rei” nem no “inferno” (Ap.20:1,2,7-10). O inferno não é a capital nem o “reino” de Satanás.
Portanto, nós devemos respeitar (Jd. 9), mas não devemos ter “medo” de Satanás (1Jo.4:18). Mas de Deus sim (Lc.12:5 e Hb.10:31).
Não devemos ficar falando muito no diabo nem ficar citando nomes de demônios (Ex.23:13 e Js.23:7). Isso é fazer propaganda dele. Mas também não devemos ignorá-lo, pois lhe conhecemos os desígnios (2Co.2:11).
Em conclusão,
devemos saber o que Satanás é, mas não lhe promover ao que não é.
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