DEUS QUER
REUNIÃO OU UNIÃO ?
Pr. Érico R. Bussinger
Não é preciso muita inteligência nem
muito conhecimento do meio, para qualquer pessoa descobrir que, para os
crentes, o ponto alto de sua religião é
a REUNIÃO. Mais que o conhecimento
bíblico, mais que a doutrina da igreja ou da denominação (que a
maioria dos crentes não domina), mais que patrimônio e bens materiais,
mais que a influência na sociedade ou a reputação , os crentes prezam
acima de tudo pela REUNIÃO. As igrejas
fazem vários tipos de reuniões, porém as mais importantes são as reuniões gerais. Não há líder
evangélico que não se deslumbre ante uma grande “concentração” (de pessoas).
Mais denominadas de CULTOS, as reuniões dos evangélicos são a sua parte mais importante, bem como se tornam também a sua parte mais frágil e vulnerável. Pelo desejo de reunirem “todos os crentes”, as reuniões evangélicas acabam se tornando em investimentos de pouquíssimo retorno. Pela necessidade de se juntar todo tido de pessoas num só lugar, numa massa religiosa muito heterogênea, as reuniões de culto acabam tendo pouco proveito
(que se dissipa em poucos dias), a não ser alguma possível influência emocional. As reuniões dos crentes acabam se tornando opcionais para muitos e até dispensáveis. Não são poucos os crentes que não têm mais a prática de ir aos cultos. Eles as acham dispensáveis. Isto é, para ser considerado hoje um crente razoável, eles acham que não é necessário freqüentar todas as reuniões da igreja. Os próprios líderes sabem disso. E muitos se conformam com isso.
As
reuniões dos crentes acabam sendo muito vulneráveis. As perturbações
externas atrapalham muito o proveito nas reuniões. Também qualquer choro de
criança ou andança pelo salão acaba distraindo a atenção dos crentes. Pessoas
que chegam atrasadas ou que saem antes do término da reunião, também distraem a
atenção dos assistentes. E o proveito é muito pequeno.
Em conseqüência desse modelo, a briga ou disputa pela liderança da igreja (o que infelizmente sempre há) acaba se concentrando na disputa pelo microfone, ou seja, pela direção das reuniões. Os evangélicos têm muitas histórias de disputas nas igrejas que foram resolvidas “na marra” (na violência), ao se tomar o microfone e dominar a reunião. Quem controla o microfone manda na igreja. E em nossos dias, podendo até generalizar, os ladrões e criminosos estão verificando também que é muito fácil “roubar” os crentes nos cultos. Associados com outros fatores, como a insegurança no deslocamento à noite, os crentes vão esvaziando as reuniões de todas as igrejas evangélicas. Esta é a nossa realidade. E as igrejas vão se enfraquecendo.
A estratégia de super-valorizar as reuniões e concentrar tudo no templo acaba também se tornando o ponto mais fraco das igrejas.
E Deus, o que pensa disso?
Em conseqüência desse modelo, a briga ou disputa pela liderança da igreja (o que infelizmente sempre há) acaba se concentrando na disputa pelo microfone, ou seja, pela direção das reuniões. Os evangélicos têm muitas histórias de disputas nas igrejas que foram resolvidas “na marra” (na violência), ao se tomar o microfone e dominar a reunião. Quem controla o microfone manda na igreja. E em nossos dias, podendo até generalizar, os ladrões e criminosos estão verificando também que é muito fácil “roubar” os crentes nos cultos. Associados com outros fatores, como a insegurança no deslocamento à noite, os crentes vão esvaziando as reuniões de todas as igrejas evangélicas. Esta é a nossa realidade. E as igrejas vão se enfraquecendo.
A estratégia de super-valorizar as reuniões e concentrar tudo no templo acaba também se tornando o ponto mais fraco das igrejas.
E Deus, o que pensa disso?
Se formos verificar a base bíblica,
veremos que Deus não nos vê através das nossas reuniões, embora as reuniões de
culto não deixem de ser importantes (1Co.14:26). No Antigo Testamento Deus não exigia reuniões. Eram poucas as vezes
que se reunia a “qahal” (ASSEMBLÉIA). No
templo (tabernáculo também) não havia assentos para reuniões. O próprio
conceito de adoração, ordenada por Deus (Mt.4:10) não exigia reunião (Sl.95:1,2,6).
No Novo Testamento, durante toda a fase
da Igreja Primitiva, não se construíram templos e, em conseqüência, não se
reuniam juntos todos os santos. E não era necessário. Mas eles tinham UNIÃO. Porque sua união se baseava na unidade dos
líderes. E a igreja era descentralizada. Pequena exceção é feita aos cristãos
de Jerusalém, que iam juntos ao templo, tão somente por serem judeus. Mas suas
reuniões mais importantes eram feitas nas casas (At.5:42) . Em toda a História
do Cristianismo, os capítulos mais importantes e os Avivamentos não aconteceram
nas grandes reuniões, mas nas pequenas, com grupos caseiros e menores. As
próprias instruções de 1Co.14 não se aplicariam a grandes reuniões.
As grandes reuniões, de massa, de pouquíssimo proveito espiritual, têm mais servido à vaidade dos líderes do que a Deus. E a construção de grandes templos e catedrais somente para atender a isto. Em conseqüência, a estratégia de grandes reuniões e grandes templos se volta frontalmente contra a ordem do IDE do Mestre: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura...” Em outras palavras: ESPALHAI-VOS.
A necessidade que os cristãos têm de comunhão
com outros cristãos, dificilmente é satisfeita em grandes reuniões. Ela se
cumpre mais em grupos pequenos, caseiros, que se constituem em verdadeiras
células de um corpo. E facilitam a UNIÃO dos irmãos.
Por outro lado, seria possível se viver a vida cristã sem se congregar? Não. Hb.10:25.
Cada vez mais vamos entendendo que o nosso
fóco cristão deve ser colocado nas pessoas e não nas reuniões, nos
relacionamentos e não nos ajuntamentos.
Modernamente, o avanço da tecnologia e a
quase “onipresença” das redes sociais, têm
confrontado a estratégia “evangélica” de grandes reuniões. Por vezes, uma
quantidade cada vez maior de crentes vai às reuniões com o celular ligado e o
pensamento longe dali. A ciber-interação passou a fazer parte da vida de todos.
E dentro desse contexto, a noção de UNIÃO, COMUNHÃO (koinonia) espiritual, vem exigir
cada vez mais que seja complementada através do uso das redes sociais, e não só
através do contacto físico das pessoas. Poderíamos tentar imaginar uma igreja
virtual, uma comunhão através das redes sociais e uma reunião sem que as
pessoas estejam “juntas”? De certa forma, é o que hoje ocorre com os que se
convertem nos países “muçulmanos”, como o Irã. Sua comunhão com outros, bem
como sua edificação espiritual, se dá virtualmente. Existirá erro nisto?
Estamos prontos para entender uma comunhão sem reunião? É possível termos
união sem reunião? Ou reunião sem ajuntamento (reunião virtual)? Podemos usar as redes
sociais para pastorear o povo de Deus? Elas se permitem ser usadas
espiritualmente?
Nesses últimos tempos, em que a fé vai se esfriar de quase todos (Lc.18:8), até mesmo pela dificuldade das reuniões, estaremos encarando a manifestação do amor e a comunhão espiritual através das redes sociais? E se Satanás, através de seus prepostos no mundo (Zuckerberg etc.), começar a nos vigiar e cercear nossa comunhão?
Seria bom entendermos porque Deus deseja nossa UNIÃO e não
necessariamente REUNIÃO.
Preparemo-nos para a vida cristã nos
últimos tempos !