DEUS CONDENA PEDIR UM REI
PR.
Érico Rodolpho Bussinger
Em uma determinada época da história bíblica, os israelitas resolveram querer e pedir a Deus um REI, como as outras nações. O aspecto mais significativo disso é que Deus, mesmo contrariado, atendeu o povo e lhe concedeu o que queria.
Em 1Sm.12
encontramos o profeta Samuel, que acumulava também as funções de
sumo-sacerdote, juiz e líder civil, convocando o povo de Israel para uma
Assembléia Geral. É sempre interessante como Deus gosta de fazer todas as
suas decisões conhecidas de público. Para isto mandou seu servo, o profeta
Samuel, convocar aquela Assembléia de todo o povo de Israel. Deus já havia
decidido atender o povo, que O rejeitava, e delegou ao seu enviado, o profeta
Samuel, o estabelecer um rei, como o povo queria. O critério foi o sorteio.
Primeiro por tribos, depois por grandes famílias, as famílias menores e por
fim, a própria pessoa que haveria de ocupar o trono. A sorte saiu para SAUL, a
quem Deus já havia revelado, bem como preparado. Saul era o melhor em Israel para
ocupar aquela posição. E havia inclusive já sido ungido e empossado. A
mencionada Assembléia Geral foi convocada por Samuel, em nome do Senhor, quando
Saul já tinha sido empossado como Rei. A Assembléia Geral aconteceu quando
Samuel já estava com a cabeça mais fria e o povo também.
O assunto da Assembléia foi a conseqüência para o povo do fato de ter preferido um Rei humano. Samuel lembrou que, desde o Egito, Deus sempre operou a favor do Seu povo de Israel, mesmo sem que eles tivessem um rei humano. A fidelidade de Deus a favor do Seu povo nunca falhou e o povo de Israel sempre teve todos os livramentos e vitórias necessários. O último dos líderes levantados por Deus foi exatamente Samuel. E ele perguntou ao povo: “Em que eu falhei ? Onde eu errei ? Em que eu, como líder, defraudei alguém ? A resposta, evidentemente, foi que ninguém poderia reclamar de Samuel por qualquer motivo.
Mas
apesar disso eles queriam um rei humano !
O povo de Israel não queria só um rei, visto que o rei poderia ser o próprio Samuel. Eles queriam um outro, como também queriam um Reino, um palácio, exércitos e aparência, como os outros povos tinham. Na verdade eles estavam rejeitando o modelo de Deus e o próprio Deus. E isso precisava ficar claro. E Deus levou o profeta Samuel a deixar isto claro para o povo, naquela Assembléia.
A
natureza de Deus é de santidade. Ele é santo. E determinou que quem seja dEle
também seja santo. Não há possibilidade
de se pertencer ao Senhor e não se ser santo. Santo quer dizer SEPARADO. E era exatamente o
contrário que o povo de Israel queria. Eles desejavam ser como os outros povos.
E Deus queria separar o Seu povo dos outros povos. Santidade é isso (Lv.20:26 e
Nm.15:40). E hoje não é diferente. Deus deseja ver a Sua noiva separada dos
padrões do mundo. A ordem de santidade continua no Novo Testamento (Ef.1:4 e
1Pe.1:16).
Em que o povo de Deus deve ser diferente e separado do mundo hoje ?
Os
valores que regem o mundo precisam ser identificados: aparência, fama,
poder, glória, riquezas etc. Tudo visível.
Parece que é o que as igrejas estão buscando. Mas o chamado de Deus em
Jesus é totalmente o contrário. O povo de Deus é chamado hoje para ser “sal da
terra” (Mt.5:13). O sal nunca aparece. Ele se dissolve influenciando a comida,
sem aparecer. O povo de Deus é chamado
para ser “fermento”(Mt.13:33), igualmente influenciando o ambiente à sua volta
(toda a massa). Ninguém vê o fermento no pão. O povo de Deus deve fugir da
PUBLICIDADE, como seu MESTRE (Mt.3:12 e 12:16). O povo de Deus não precisa de
grandes templos para influenciar a cidade. Na Igreja Primitiva foi assim. Por
300 anos os cristãos não tiveram um templo sequer. O Evangelho não precisa de
dinheiro para se espalhar. O Evangelho é o próprio “PODER DE DEUS para
salvação...”(Rm.1:16). Os cristãos não dependem da POLÍTICA para cumprir a Sua
missão. Os lugares onde a missão do Evangelho tem apresentado melhores
resultados é exatamente onde eles são “odiados” pela política dominante. Desde
os tempos do Império Romano foi assim. O povo de Deus não depende dos recursos
humanos nem de organizações humanas para prosperar. O EVANGELHO tem uma força
intrínseca.
Pedir um Rei é querer ser como o mundo hoje.
Ao
final da Assembléia, após pedir como sinal de reprovação, que Deus manifestasse
Seu poder com grande chuva e trovões sobre o povo naquela Assembléia, Samuel
concluiu seu “SERMÃO” com a afirmação bem clara de que DEUS, apesar do erro do
Seu povo em pedir um rei humano, não deixaria de lhe ser benigno. Apesar
do Rei, Deus estaria sempre pronto a abençoar Seu povo. O melhor,
entretanto, teria sido Israel ter como Rei somente o seu Deus e fazer a Sua
vontade. O modelo de Deus é sempre o melhor, embora a Igreja hoje também
tenha preferido “reis humanos”.
Para nós hoje aquela lição é por demais preciosa: Apesar de nossas escolhas erradas no passado, e que podem inclusive ser irreversíveis, Deus estará sempre pronto a nos abençoar. Apesar das igrejas quererem em nossos dias “se organizarem” nos moldes do mundo, Deus estará sempre pronto a abençoar. Por isso devemos sempre buscá-lO, em qualquer situação ou em qualquer denominação. Com Rei humano ou sem ele (o que é melhor) Deus estará sempre pronto a nos abençoar. Com Rei ou sem ele DEUS CONTINUA SENDO DEUS.
Na
eternidade, porém, a diferença se verá.
Melhor é querer hoje o que Deus quer ! Entenda.