CARTA AOS LÍDERES EVANGÉLICOS:
PR. Érico Rodolpho
Bussinger
Embora dirigida
aos nossos líderes da Comunidade Ramá (a quem aproveito para pedir que uns
passem para os demais e discutam este assunto), não há a menor dúvida de que o
assunto é bíblico, aplicável a todos os líderes cristãos e, aliás, é sobre eles
mesmos.
A oração do Senhor Jesus em Jo.17 tem como ponto central a sua súplica ao Pai pela unidade da Igreja (Jo.17:21). A unidade da Igreja é um assunto assumido (teoricamente) pela maioria dos líderes, mas relegado e nada praticado, o que entristece profundamente o Mestre. Ver a Sua noiva dividida, como “ave de rapina de várias cores” (Jr.12:9), é realmente entristecedor.
Crer que a Igreja
é uma só, a única, a noiva de Cristo, é
entender que todos os cristãos de uma localidade são da mesma igreja, devem
se respeitar mutuamente, devem se amar, levar a carga uns dos outros, preferir
em honra uns aos outros, etc. E nada disso acontece! Por exemplo, cada denominação (e em geral todas)
estudam a Bíblia aplicando as passagens que se referem à Igreja como sendo a
“sua denominação”, o governo da Igreja como sendo a direção da “sua
denominação”, o progresso da Igreja como sendo o avanço da “sua denominação”. E
assim por diante. Quando a “sua denominação” avança, eles se alegram e
comemoram, não importando que os outros
tenham andado para trás. Nesse caso alguns vão até se alegrar por isso. É
espírito de competição. E não espírito de unidade ou Espírito Santo. Isto é SECTARISMO e não espiritualidade ou
amor.
A maioria dos líderes não passa de ADMINISTRADORES da organização chamada Igreja e por isso a fazem funcionar (humanamente), gerando NÚMEROS apenas. Mas não espiritualidade. Os membros não crescem. Eles só “engordam”, na linguagem de Juan Carlos Ortiz. A Igreja aumenta em número, dinheiro, obras, templos, mas não em espiritualidade, em unidade, em influência na sociedade e na intercessão. Nem de longe entendem o que é o SACERDÓCIO (1Pe.2:9). Estão longe do alvo, a unidade da fé, porque não preservam a unidade do Espírito (Ef.4:3,13). Desobedecem a Deus e ignoram suas ordens de salgar a terra (Mt.5:13,14 e 1Tm.2:1-4). E a nação o sente!
Por isso, muitos
buscam e não acham. Oram e não são respondidos. Sobem montes, fazem vigílias,
convocam reuniões intermináveis e fazem
muitos eventos, mas somente para aborrecer ao Senhor (Is.1:12-15). Eles só
conseguem orar pelo aumento do seu “feudo”, não enxergando o bem comum de toda
a família de Deus, de quem toda ela
toma o nome e não somente uma parte dela (Ef.3:15). Em outras palavras, são sectaristas, edificando uma seita (a
sua denominação) e não o corpo (todo) de Cristo. Por causa deles, muitos se
escandalizam (alguns só por discordarem deles) e o Evangelho é difamado na
cidade. Sim, porque no afã de darem relatórios numéricos, apresentarem
resultados (numéricos) e poderem se vangloriar, se entregam à avareza e chegam
ao desespero de fazerem coisas que envergonham o nome do Senhor.
É também por causa deles e disso, que a MALDIÇÃO de Deus está sobre o Brasil. Não, não é crise, é juízo de maldição de Deus o que está vindo sobre o Brasil. E vai piorar.!
Nós não estamos nisso não. Saia da
Babilônia. E vamos buscar a unidade do corpo. E agradar ao Senhor. Somente
quando cumprirmos a unidade de Cristo é que o mundo vai nos reconhecer como
sendo dEle (Jo.13:34,35). E um obreiro
só será aprovado por Deus quando “visualizar” que a Igreja é toda ela e não
somente um pedaço dela. Não é quantidade, é unidade. Caso contrário, aos
olhos de Deus, o obreiro será tido como um sectário ou meramente um religioso.
Você entende a
gravidade deste assunto? Gostaria de crer que sim.
A seguir, algumas
recomendações práticas, crendo que o Senhor as assina:
1)
Ore pela unidade da Igreja continuamente, ecoando a oração do Mestre;
2)
Procure
conhecer as “igrejas” vizinhas da
cidade, seus líderes e suas ações;
3)
Oriente
seus liderados a procurarem os demais
cristãos no seu bairro, na sua empresa, na sua escola, repartição, quartel, no seu bairro etc. Isso
para orarem e evangelizarem juntos;
4)
Procure
entender as diferenças doutrinárias
de uma maneira analítica e não criticando. Afinal, toda “doutrina”, ainda que
seja de homens, tem alguma coerência intrínseca ou origem;
5)
Procure
acompanhar o que acontece nas “outras”
igrejas, lendo seus jornais, boletins, ouvindo suas programações de rádio (TV),
vendo seus sites na internet, etc. Para orar por eles;
6)
Procure
participar e levar seus liderados a participarem
também de todos os eventos evangélicos inclusivos, como campanhas públicas
de evangelização, de oração (ainda há muito poucas, mas vão aumentar, à medida
que mais sangue for derramado em sólo brasileiro), dia da Bíblia, Marcha para
Jesus (ainda que seja também para “alguém” mais), etc;
7)
Chame
os outros líderes para orarem pela
cidade, pelo bairro, pela universidade, etc;
8)
Fuja
(sem criticar) da participação política.
Isso nos divide e gera perda de tempo e fóco;
9)
Abra
os olhos para o chamado profético da
Igreja e não somente para as atividades de “entretenimento religioso”,
visando aumentar (ou engordar) a sua denominação.
Entenda que somos uma só noiva do
Senhor e não um amontoado de grupinhos religiosos!
Deus nos dê graça para caminharmos em
direção à Unidade!