terça-feira, 16 de junho de 2015

Entendendo a relação entre Ressurreição e Salvação

JUSTIFICAÇÃO E SALVAÇÃO
Um Irmão me escreveu, tendo uma dúvida quando lia o apóstolo Paulo em Romanos. Eu lhe respondi, no intuito de ajudar. Eis sua pergunta:
Porque a justificação depende da ressurreição? Diz a Palavra que se Cristo não ressuscitasse, permaneceríamos no pecado. Não foi o sangue que nos remiu? A nossa justificação está ligada ao novo corpo (nova natureza)?
O assunto parece complexo. Não é mesmo óbvio à mente humana. Na realidade nós (evangélicos) costumamos "simplificar" a doutrina de uma tão grande salvação (Hb.2:3). Como a dizer: "você está salvo?", "a salvação se perde?" Para mim a salvação é um processo maravilhoso e só se completa ao final do mesmo.
Quanto à primeira fase da salvação, que é a justificação, precisamos entender o Antigo Testamento, no que diz respeito à importância dos sacrifícios sangrentos e à afirmação de Deus em Lv.17:11 e Hb.9:22 de que sem derramamento de sangue não há remissão de pecados. A expiação do pecado é o pagamento do seu preço, que só se realiza por meio do sangue. E isso Jesus fez por nós os que cremos, ao morrer na cruz. Esta é a primeira parte da salvação, a justificação. Ela traz paz com Deus(Rm.5:1). Mas se ficássemos só aí não nos seria imputada a culpa do nosso pecado, por causa da justificação que nos é atribuída pela morte de Cristo, mas também não teríamos "vida", o restante da salvação.
Em Rm.5:9,10 é dito que somos salvos pela "vida" de Cristo. Ou seja, porque Ele ressuscitou então tem o poder de nos salvar, ou completar a nossa salvação, nos levando com Ele para sempre, que é a Sua vontade (Jo.14:3).
O entendimento "do que" somos salvos é essencial. Somos salvos da condenação do pecado (Rm.8:1,2). Nós também somos salvos da morte, consequência do pecado (Ez.18:4,20; Rm.6:23 e 1Co.15:26). E somos salvos também do mundo (Jo.15:19), da nossa natureza decaída (Rm.8:1,2) e do domínio do pecado (Rm.7:24,25 e Rm.6:14).
Para que a salvação seja completa, é necessário que no passado, no presente e no futuro ela se concretize. Temos que ter consciência do novo nascimento no passado (Jo.3:3,5), de estarmos libertos do pecado no presente (Rm.6:14) e na certeza (esperança) da incorruptibilidade no futuro, com o arrebatamento (1Co.15:53 e 54). Esse futuro depende de Deus, mas também depende de nós, do uso da nossa fé. Por isso a vida cristã não fica "sem graça", sendo-nos lançada uma dose gostosa de aventura, no conceito de sermos salvos na "esperança" (Rm.8:24).
Um crente que está debaixo do domínio do pecado não está no caminho da salvação. Não se apropriou dos benefícios da morte de Jesus. Nem da Sua ressurreição. Isso porque se ele está em Jesus, que vive e tem poder, então deveria estar liberto. Se não está liberto é porque não está em Jesus.
Se Jesus não ressuscitasse, não teríamos vitória sobre a natureza de pecado de Rm.7:25-8:1,2. E se Jesus não ressuscitasse também não teríamos esperança do arrebatamento e da vida eterna (1Co.15:51-53).

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