quarta-feira, 3 de junho de 2015

PREGAÇÕES DE ENTRETENIMENTO

Tenho pensado também muito nisso.
Leia:

É sobre Is.30:10  (leia o versículo)


Pastores, tenho pensado sobre qual reação dos ouvintes esperamos quando pregamos. Penso que isso norteia o objetivo final do sermão e a motivação na preparação e na pregação desse sermão. Cito o pastor Antônio Carlos no livro  “As dimensões da espiritualidade”: "A igreja é uma instituição que prega para um mundo que crucificou Cristo. Essa espécie de mundo não haverá de receber a mensagem de braços abertos. A maior prova da autenticidade de sua mensagem é a inevitável antipatia que ela gera. Sua mensagem é loucura para o homem natural. Esse sempre foi um dos motivos pelos quais, para  Martin Lloid-Jones, toda ideia de se ter cultos agradáveis para incrédulos constituía-se uma contradição da teologia do Novo Testamento. Quando o incrédulo chega ao ponto de gostar dos cultos e mensagens cristãs, a igreja deixou de ser igreja."
Eu me vejo tentado à esta motivação e objetivo: agradar o ouvinte da igreja ou de fora, mas sinto que esta tentação esmorece diante da minha consciência semelhante ao do Dr Lloid. Consigo ver mais rejeição do que aceitação quando a mensagem é bíblica. Sinto-me tentado a aceitar, e até promover o entretenimento no culto como temos visto em tantos lugares. Mas essa tentação perde força por causa da minha visão semelhante ao do pastor Spurgeon que ao tratar desse assunto disse: “O fato é que muitos gostariam de unir igreja e palco, baralho e oração, danças e ordenanças. Se nos encontramos incapazes de frear essa enxurrada, podemos, ao menos, prevenir os homens quanto à sua existência e suplicar que fujam dela. Quando a antiga fé desaparece e o entusiasmo pelo evangelho é extinto, não é surpresa que as pessoas busquem outras coisas que lhes tragam satisfação. Na falta de pão, se alimentam com cinzas; rejeitando o caminho do Senhor, seguem avidamente pelo caminho da tolice". (Charles Haddon Spurgeon)
Tenho ouvido tantos sermões psicologizados - aplaudidos por pessoas cheias de emoções mas com pouco conteúdo bíblico. Sermões que parecem palestras de autoajuda misturados com stand-up evangélico. Sermões com muito conteúdo e pouca paixão pelas Escrituras: exaltam a Madre Tereza de Caucutá e citam Buda; cantam Toquinho e citam Roberto Carlos como se fosse um texto bíblico.
Tenho visto um número grande de pessoas buscando aconselhamento nas igrejas batistas. Muita gente mesmo. Isso é bom porque mostra uma predisposição em buscar ajuda. Mas isso me faz lembrar uma frase do Dr. Martin Lloyd-Jones: " à medida que a pregação declina, o aconselhamento pessoal aumenta."
Bem, temos muito a refletir, não digo aprender, pois já sabemos o que é certo. Refletir sobre o porquê nossos sermões estão declinando, o para que trocarmos as Doutrinas Bíblicas por mensagens de autoajuda e o aonde queremos chegar agradando o ouvinte com entretenimento no culto.
Finalizo com as palavras de Spurgeon:
 “a missão de prover entretenimento falha em conseguir os resultados desejados. Causa danos entre os novos convertidos. Permitam que falem os negligentes e zombadores, que foram alcançados por um evangelho parcial; que falem os cansados e oprimidos que buscaram paz através de um concerto musical. Levante-se e fale o alcoólatra para quem o entretenimento na forma de drama foi um elo no processo de sua conversão! A resposta é óbvia: a missão de prover entretenimento não produz convertidos verdadeiros. A necessidade atual para o ministro do evangelho é uma instrução bíblica fiel, bem como ardente espiritualidade; uma resulta da outra, assim como o fruto procede da raiz. A necessidade de nossa época é a doutrina bíblica, entendida e experimentada de tal modo, que produz devoção verdadeira no íntimo dos convertidos.
Deus abençoe os pregadores!!!!!!

Pastor Elias Muniz

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