Tenho pensado também muito nisso.
Leia:
É sobre Is.30:10 (leia o versículo)
Pastores,
tenho pensado sobre qual reação dos ouvintes esperamos quando pregamos. Penso
que isso norteia o objetivo final do sermão e a motivação na preparação e na
pregação desse sermão. Cito o pastor Antônio Carlos no livro “As
dimensões da espiritualidade”: "A igreja é uma instituição que prega para
um mundo que crucificou Cristo. Essa espécie de mundo não haverá de receber a
mensagem de braços abertos. A maior prova da autenticidade de sua mensagem é a
inevitável antipatia que ela gera. Sua mensagem é loucura para o homem natural.
Esse sempre foi um dos motivos pelos quais, para Martin Lloid-Jones, toda
ideia de se ter cultos agradáveis para incrédulos constituía-se uma contradição
da teologia do Novo Testamento. Quando o incrédulo chega ao ponto de gostar dos
cultos e mensagens cristãs, a igreja deixou de ser igreja."
Eu me vejo tentado à esta motivação e objetivo: agradar o ouvinte
da igreja ou de fora, mas sinto que esta tentação esmorece diante da minha
consciência semelhante ao do Dr Lloid. Consigo ver mais rejeição do que
aceitação quando a mensagem é bíblica. Sinto-me tentado a aceitar, e até promover
o entretenimento no culto como temos visto em tantos lugares. Mas essa tentação
perde força por causa da minha visão semelhante ao do pastor Spurgeon que ao
tratar desse assunto disse: “O fato é que muitos gostariam de unir igreja e
palco, baralho e oração, danças e ordenanças. Se nos encontramos incapazes de
frear essa enxurrada, podemos, ao menos, prevenir os homens quanto à sua
existência e suplicar que fujam dela. Quando a antiga fé desaparece e o
entusiasmo pelo evangelho é extinto, não é surpresa que as pessoas busquem
outras coisas que lhes tragam satisfação. Na falta de pão, se alimentam com
cinzas; rejeitando o caminho do Senhor, seguem avidamente pelo caminho da
tolice". (Charles Haddon Spurgeon)
Tenho ouvido tantos sermões psicologizados - aplaudidos por
pessoas cheias de emoções mas com pouco conteúdo bíblico. Sermões que parecem
palestras de autoajuda misturados com stand-up evangélico. Sermões com muito conteúdo
e pouca paixão pelas Escrituras: exaltam a Madre Tereza de Caucutá e citam Buda;
cantam Toquinho e citam Roberto Carlos como se fosse um texto bíblico.
Tenho visto um número grande de pessoas buscando aconselhamento
nas igrejas batistas. Muita gente mesmo. Isso é bom porque mostra uma
predisposição em buscar ajuda. Mas isso me faz lembrar uma frase do Dr. Martin
Lloyd-Jones: " à medida
que a pregação declina, o aconselhamento pessoal aumenta."
Bem, temos muito a refletir, não digo aprender, pois já sabemos o
que é certo. Refletir sobre o porquê nossos sermões estão declinando, o para
que trocarmos as Doutrinas Bíblicas por mensagens de autoajuda e o aonde
queremos chegar agradando o ouvinte com entretenimento no culto.
Finalizo com as palavras de Spurgeon:
“a missão de prover entretenimento falha em conseguir os
resultados desejados. Causa danos entre os novos convertidos. Permitam que
falem os negligentes e zombadores, que foram alcançados por um evangelho
parcial; que falem os cansados e oprimidos que buscaram paz através de um
concerto musical. Levante-se e fale o alcoólatra para quem o entretenimento na
forma de drama foi um elo no processo de sua conversão! A resposta é óbvia: a
missão de prover entretenimento não produz convertidos verdadeiros. A
necessidade atual para o ministro do evangelho é uma instrução bíblica fiel,
bem como ardente espiritualidade; uma resulta da outra, assim como o fruto
procede da raiz. A necessidade de nossa época é a doutrina bíblica, entendida e
experimentada de tal modo, que produz devoção verdadeira no íntimo dos
convertidos.”
Deus abençoe os pregadores!!!!!!
Pastor Elias Muniz
Nenhum comentário:
Postar um comentário