QUANDO
DEUS NOS PEDE
Passamos a vida colecionando coisas.
Guardamos até coisas sem serventia,
pelo prazer de colecionar objetos.
Em geral, queremos que Deus nos dê
coisas, mas Ele, às vezes, nos tira coisas.
Aconteceu com Enéas Tognini
(1914-2015). Ele tinha uma biblioteca imensa e bem atualizada. Nesse ambiente,
escrevia seus livros e preparava seus estudos.
Ele teve uma experiência iluminadora
num encontro com Deus, no qual Deus não lhe deu coisas, mas lhe confiou uma
tarefa que motivou toda a sua longa existência. Ele tinha o dom da palavra em
todos os seus espaços, com um poderoso jeito de animar pessoas que saíam dos
encontros com ele com uma férrea vontade de fazer mais e melhor na vida.
Houve, no entanto, um momento que Deus
lhe pediu coisas. Deus lhe pediu livros.
De bem com a vida, Enéas Tognini
perguntou a Deus:
-- O que queres de mim?
A resposta foi chocante:
-- Quero a sua biblioteca.
Deus queria os livros onde Enéas
Tognini estudava todos os dias, passando horas na companhia daqueles autores.
A biblioteca era o seu refúgio. A
biblioteca era a sua segurança.
Enéas Tognini entendeu que tinha
convertidos os livros, bem arrumados, classificados, utilizados e anotados, em
ídolos da sua vida. Ele amava mais os seus livros do que a Deus, como Pedro
amava mais os peixes, os barcos e as redes.
Enéas Tognini perdeu os livros, que
distribuiu entre bibliotecas de instituições de ensino, mas ganhou um senso de
missão que nunca arrefeceu.
Como fez com Enéas Tognini, Deus nos
pede coisas. Tognini lhe entregou sua biblioteca.
Diante do pedido feito a nós, a decisão
nos cabe.
Do que precisamos abrir mão?
(Em homenagem ao pastor Enéas Tognini, falecido no dia 9 de setembro de
2015 aos 101 anos de idade)
Desejo-lhe um BOM DIA.
Israel Belo de Azevedo
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