quarta-feira, 23 de setembro de 2015

IMPEACHMENT DA PRESIDENTE DILMA

OS  EVANGÉLICOS  E  O  IMPEACHMENT
                                               Pr.  Érico  Rodolpho  Bussinger
     Com um nome em inglês, este instituto da nossa Constituição brasileira designa a ação política de destituição do mandatário que não foi fiel ao juramento feito de ser honesto e cumprir as leis do seu país.  O impeachment já foi utilizado no Brasil para retirar o então presidente Collor de Mello, que havia pouco tempo atrás tinha sido eleito para a Presidência da República do Brasil.  E o mesmo está sendo proposto atualmente com relação à Presidente Dilma Rousseff.  Isto, devido às irregularidades constatadas em sua gestão, em sua eleição e em suas responsabilidades.  Embora seguindo certas formalidades, a decisão de impedir a presidente de continuar a exercer suas funções não deixa de ser uma decisão política.  O impeachment  pode ocorrer quando uma maioria da população e de seus representantes eleitos já não vê no seu presidente condições mínimas de continuar a exercer o mandato, uma vez que traria muitos prejuízos mais ao país.
     Pelo que se pode constatar, a maioria da população brasileira já rejeita a sua presidente e apóia o seu impedimento. Inclusive os evangélicos e seus representantes parlamentares.  Logo, a  queda  da presidente é questão apenas de tempo.
     E os evangélicos, vão apoiar um processo de impedimento?
     Os evangélicos são também cidadãos brasileiros, com todos os seus direitos. Votam, opinam e manifestam suas preferências. Mas como estamos em um país democrático, a manifestação evangélica praticamente se limita à sua presença no meio da população.   Só?
     Quando Deus estabeleceu Seu povo na terra, o constituiu em sal para a terra e luz para a sua nação (Mt.5:13,14). Nossa influência deveria ser mais forte que nosso número!  E por que não é?
     A nossa crença em um Deus soberano, que controla o universo e o nosso país também, nos leva a tranquilizarmo-nos. Se Deus é quem constitui e destitui governantes, qual deve ser então a nossa atuação?  Eu creio que devemos em primeiro lugar exercer o nosso sacerdócio, intercedendo em oração a favor do país (1Tm.2:1-4). E isso é o mais importante também.
     O fato de os evangélicos saírem para as ruas em manifestações políticas, se engajarem em disputas políticas e participarem de correntes de internet com finalidades políticas nos faz semelhantes ao Abimeleque, filho de Gideão(Jz.9:1,2 ) ou nos enfraquece na ação.  Segundo a sabedoria bíblica (Pv.17:26-28), nós deveríamos aprender a nos calar acerca de opiniões políticas no país. Mas a mim me parece estar acontecendo o contrário, quando espraiamos nossa revolta contra a corrupção instalada no país.  Não estamos trazendo novidades, pois é o que todos percebem e nos parecemos insensatos, como que a querer mudar aquilo que não nos compete mudar. Ou Deus faz isso diretamente,  ou através do povo. Mas nós deveríamos aprender a nos calar, aguardando a oportunidade de “pregar”. Nossa palavra deve ser de salvação e não de ação política.
     Em 1Sm.14 a Bíblia nos mostra um rei Saul totalmente desorientado, inferiorizado em tropas diante do inimigo filisteu e sem saber o que fazer. No meio da batalha manda trazer a Arca da Aliança, para consultar a Deus sobre o que fazer (v.18), o que ele deveria ter feito antes.  O que ocorreu foi muito didático. Como por uma loucura, Jônatas saiu sozinho com seu escudeiro a combater os filisteus. Deus lhe deu tamanha vitória, que não precisou mais o rei Saul trazer a arca (v.19). Entendemos que Deus pode dar vitórias, pode constituir ou destituir governantes até sem a nossa participação, como o fez com o rei Nabucodonozor.
     No Brasil o povo de Deus deveria estar na intercessão, a exemplo do que fez em 1963 no Brasil e aguardar a ação de Deus. Como muitas vezes, Ele agiu fazendo o inimigo se destruir mutuamente. O gesto de sabedoria do povo de Deus o capacitará a outras ações em tempos novos. Eu creio que não há escolha para nós no momento atual do país. Se nos unirmos aos “destituidores” de presidentes, como será depois? Saberíamos dizer?

     Portanto, entendo que impeachment não deva ser uma palavra de nossa preferência, mas manifestarmos irrestritamente nossa fé no Deus que detém essa prerrogativa.


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