JUSTIFICAÇÃO
Pr. Érico R.
Bussinger
Este é um conceito pouco valorizado em nossos
dias nas igrejas evangélicas. Nas
primeiras eras do protestantismo no Brasil falava-se
muito em pregar a salvação. E era o que se pregava. O número de evangélicos era então pequeno em
relação à população total do país. O conceito de evangelização era comum.
Após uma certa saturação da pregação evangélica no Brasil, que se
intensificou com a chegada dos pentecostais, vieram os neo-pentecostais com
outras novidades, como a bênção, a cura, o milagre e a prosperidade,
bandeiras que tomaram os primeiros lugares nas pregações nas igrejas. Em
nossos dias a ênfase das pregações no
ativismo, no uso da fé e no abuso da graça tem-se generalizado. A aceitação
dessa mensagem conveniente, o que o
povo gosta de ouvir (Is.30:10), tem caracterizado o sucesso dos pregadores e
das igrejas. Isso tem sido sempre medido em números.
E sobre a justificação, praticamente não é mais pregada nos púlpitos.
Não é uma mensagem de apelo popular, não faz sucesso e não rende dinheiro.
Analisando bem, a justificação é o centro da pregação do evangelho, ordem que o
Senhor Jesus deu para todos os seus seguidores.
Se formos observar essa ordem do ide no Evangelho de Lucas, a referência
é ao arrependimento, que Jesus mandou
pregar (Lc.24:47).
Há necessidade
de arrependimento, para a justificação. Esta foi a pregação de João Batista
(Lc.3:3). Se não há arrependimento, não há remissão de pecados e muito menos
salvação. Nesse caso todas as bênçãos que podem ser recebidas serão inócuas
(sem valor). Para que haja justificação, cada
pessoa tem que se arrepender (de cada pecado-1Jo.1:9). Se isso não for pregado, como se
arrependerão? (Rom.10:14,17).
O
processo de justificação tem que ser consciente. Ninguém receberá o perdão
de Deus sem saber, sem se arrepender. E
ninguém se arrependerá sem que isso seja pregado. E se isso não é pregado, como as pessoas
serão salvas? Elas não receberão a fé (Rm.10:17).
Como a realidade é que não existe nenhum justo, aos olhos de Deus (Rm.3:10), a
única possibilidade é que cada um que queira ser salvo seja justificado (Rm.5:1). O processo de se atribuir justiça a uma
pessoa que não é justa por si é fundamental no cristianismo e essencial para a
salvação (Rm.5:18). Mas não é automático
e muito menos independente de uma decisão consciente. Se isso não é pregado e ensinado, entende-se
que não há justificação. E a estada de
uma pessoa assim na igreja é vã.
Você
tem procurado entender a justificação?
Você pode dizer que agora é uma pessoa totalmente justificada? Você pode
agora desafiar o acusador a encontrar algum pecado vivo em você? Você pode pedir a morte agora, que o Senhor
leve você como está?
A sua igreja tem pregado sobre a
justificação (Rm.10:13,14)?
Cuidado!
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