QUANDO
NÃO ENTENDEMOS...
Pr.
Érico Rodolpho Bussinger
Na época
do Renascimento (uns 500 anos atrás) começaram
a endeusar a "razão". E não
foi por coincidência. Havia uma mente
pensante dirigindo o mundo contra Deus, naquela época também. Para os últimos tempos, em que já estamos
vivendo, do que fartamente nos advertiu o Senhor, os homens deixariam o Senhor
e a fé por qualquer outra coisa. A
lógica, a verossimilidade (o que parece ser a verdade) e a razão receberiam
destaque. E em conseqüência os homens se afastariam da verdade (o que é a
essência da apostasia). Desde que nossos pais Adão e Eva quiseram
comer da árvore do conhecimento, de lá para cá isso tem norteado todo avanço da humanidade e todo progresso da Ciência.
Em
Mc.11:1-7 encontramos a ordem de Jesus para seus discípulos irem à sua frente
buscar o jumentinho. Era evidente que
alguém iria protestar, como é óbvio que
em todo ato de obediência que tivermos que fazer, para agradar a Deus, haverá
alguém (ou a nossa própria razão) a questionar. Na hora não daria para entender porque o
Mestre queria montar um jumentinho (e não a mãe, adulta). Só bem mais tarde se compreendeu o
significado daquele ato.
Ainda em
Mc.11:12-14 encontramos a inexplicável maldição de uma figueira que não tinha
frutos, porque não era época. Só no dia seguinte os discípulos encontrariam uma
explicação de Jesus.
O
apóstolo Pedro nos recomenda que "cinjamos" o nosso entendimento,
para dar lugar à obediência (1Pe.1:13,14).
E diz que é pela obediência que nós cristãos purificamos a nossa alma
(1Pe.1:22). Diríamos até que o "obedecer é melhor do que o
questionar". Mas é exatamente nisto
onde nós encontramos os maiores desafios para a nossa obediência e o nosso crescimento
em direção à maturidade. É difícil
para nós que "pensamos" o simplesmente obedecer.
O
apóstolo Paulo nos afirma que exatamente devido a esse ponto é que Deus não
chamou muitos sábios segundo a carne, mas preferiu usar os de menos
entendimento para realizar a sua obra maravilhosa (1Co.1:26,27). A diferença de comportamentos reside
exatamente na fé, sem a qual é impossível agradar a Deus (Hb.11:6). Quem
se dirige pela razão vai perguntar primeiro.
Quem se dirige pela fé vai obedecer primeiro. Os frutos desses dois comportamentos se
diferenciam claramente. E têm conseqüência pelo resto da vida e da eternidade.
Se
quisermos "entender" a obra de Deus primeiro, vamos certamente ser
impedidos de agir pela fé, o que pode
nos fazer retroceder até à perdição (Hb.10:39). É triste pensar-se nessa hipótese, de um
"crente bem intencionado" vir a naufragar exatamente na fé (1Tm.1:19).
Eu creio
que a maioria de nós teremos sempre dificuldades espirituais na área de nossos
pensamentos. Quando a "deusa
razão" se entroniza (e os homens elogiam muito uma pessoa assim) já
estamos próximos de desagradar a Deus.
É,portanto, muito pertinente a recomendação de Pedro: "cingir o entendimento". Eu entendo isto como sendo a necessidade de
"amarrarmos" o nosso entendimento, em prol da obediência, para irmos
purificando a nossa alma (1Pe.1:22). Segundo
Paulo, isso seria equivalente a "levar todo o pensamento cativo à
obediência de Cristo" (1Co.10:4,5).
Em
resumo, sempre haverá muita coisa que não entenderemos. Mas o
melhor será nos dirigirmos pela obediência ao que sabemos. É melhor nos dirigirmos pelas nossas certezas
(fé) do que pelas nossas dúvidas (onde trabalha a razão). E quando com o Senhor, por toda a eternidade,
acredito que teremos oportunidades suficientes para tirar nossas dúvidas todas.
Lembrando
que seremos justificados pelas obras (fruto da obediência) - Tg.1:21,24,25, não deveríamos perder muito tempo com o que
não entendemos. A enciclopédia da
ignorância é sempre muito maior do que a do conhecimento (aqui na Terra).
Seja você
também uma pessoa que persevera pela fé e segue para produzir frutos (Hb.10:38,39).
Paz!
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