quinta-feira, 25 de setembro de 2014

MULHER CRISTÃ PODE SER MADAME?

MADAME ENTRA NO CÉU?

Pr. Érico Rodolpho Bussinger
Por que razão traria eu um assunto desses à baila? O que uma pessoa é ou quer ser não é de exclusiva competência dela? Se a mulher é membro de uma igreja e quer ser “madame” e tem recursos e condições para tal, não é lícito? Qual é o conceito que temos de “madame”?
Eu creio que o perfil do cristão, como traçado na Bíblia, é de importância fundamental. Jesus mandou que o Evangelho fosse pregado a todo o mundo, “ensinando os que crêem a obedecer a tudo o que Ele nos tinha ordenado” Mt.28:20. Isso é mandatório. Ninguém pode ser um cristão “à sua moda”. Há exemplos bíblicos do que é ser um cristão , que inclusive os mais velhos devem ensinar aos mais novos (Tt.2:3-5). As epístolas da Bíblia contêm uma imensa quantidade de exortações a respeito de como um cristão deve ser. Este assunto não fica de forma alguma a critério de cada um. Se não obedecer ou não se enquadrar naquela “doutrina” não pode ser um cristão e inclusive deve ser notificado disso (2Jo 9,10). É a disciplina da igreja. No meu entender, o livre arbítrio existe para se decidir ser um cristão ou não. Caso a pessoa decida seguir a Jesus, ela não o fará do jeito dela, mas deve se batizar, caracterizando a sua morte para o seu “jeito de ser” e passando a ser uma nova criatura, serva da obediência (Rm6:4,16). Por ignorar essa verdade, nós vemos infelizmente grandes distorções em nome do cristianismo. Por exemplo, uma igreja de ricos, outra só de brancos, outra que aceita homossexuais, outra que abençoa adúlteros, etc.
Quanto ao perfil da mulher cristã, a Bíblia também não deixa margens a dúvidas. Há uma imensa quantidade de textos acerca do assunto. A mulher cristã aprovada, aos olhos de Deus, é serva (1Pe.3:5,6). Ela trabalha, cuida da casa, do marido, dos filhos e “lava os pés dos irmãos”(1Tm.5:10). Ou seja, ela serve. Porque é serva.
Eu quero me referenciar agora ao perfil da madame, uma mulher bem sucedida humanamente, que vive em um país capitalista. Ou por ser de origem abastada, ou de família tradicional, por possuir cultura, como resultado do seu esforço próprio, ou mesmo por ter boa aparência física, a mulher se “casa bem”, com um marido que tem condições e pode lhe permitir ter uma vida material folgada. Ela tem a sua profissão e trabalha somente se quiser. Ela tem carro próprio, tem motorista, empregada doméstica e todo tipo de prestadores de serviços, para que ela não “tenha que trabalhar”. Ela tem condições e, portanto, todo o “direito de ser servida”. Ela não serve ao marido. Pode até arranjar quem o faça, mas ela mesma nunca está disponível para isso. O marido tem que “se arranjar” por conta própria. Afinal, a madame está muito ocupada consigo mesma. Esse padrão inclusive é o “sonho de consumo” de muitas mulheres, inclusive cristãs. Algumas até acreditam que chegar lá é “prova da bênção de Deus” sobre a sua vida.
Eu creio que Deus é sábio. E a natureza humana, que Ele criou, também. Ela pune duramente a mulher sedentária (muito mais que ao homem). O controle do peso para a mulher madame é simplesmente o “terror”. As dores de coluna e as demais conseqüências de uma vida sendo servida não se farão esperar. Até o períneo mais flácido denunciará o sedentarismo nocivo. Mas eu creio que há também as conseqüências de ordem psicológica. Ao querer ler a Bíblia, orar, participar de reuniões ou evangelizar, a mulher madame vai sentir as dificuldades em seu corpo e mente. Como uma madame se achegará a uma pessoa maltrapilha ou mal-cheirosa para evangelizá-la? Como ela “descerá” até os irmãos mais humildes da igreja, para ter comunhão com eles? Como ela comerá junto deles a comida deles? Vai ser muito difícil.
A punição pior, no meu entender, que recai sobre a mulher que vive o padrão de madame é sem dúvida o relacionamento com o marido. A Bíblia é muito clara ao mostrar que a mulher foi formada em função do homem e que assim é que ela se realizará diante do Senhor (1Pe.3:1-5). Ela foi criada para lhe ser auxiliadora (Gn.2:18). E como cristã ela deve ser uma serva. Uma madame jamais o será para o seu marido. Na sociedade atual torna-se cada vez mais comum a figura da “secretária” do marido bem sucedido. Ela é quem agrada ao homem, quem cuida da sua agenda, quem faz seus pagamentos, quem lhe serve a água, o cafezinho, quem atende o telefone, etc. Só falta o que, para completar esse homem? Todos sabem e as novelas estão aí para o mostrar. E quanto à mulher madame, quando o marido chega cansado em casa, o que encontra? Em geral, uma mulher cansada de suas atividades sociais, “rixosa”, reclamando da casa, dos filhos, etc. Afinal, ela é madame...
É bem sabido que, como cristãos, não podemos julgar as pessoas(Mt.7:1). Nem enquadrá-las em estereótipos que fazemos, como o acima descrito para a madame. No entanto, analisando o perfil do estereótipo de uma mulher madame, entendo que não haja nada mais distante do padrão de uma mulher cristã-serva. E se não é serva, não tem a Jesus como Senhor (At.16:30,31). Em nenhuma parte das Escrituras, penso eu, lemos sobre a necessidade da mulher trabalhar só por necessidade econômica. A mulher cristã deve trabalhar para servir, em toda e qualquer situação, ainda que tenha boa condição financeira. Isso porque ela é serva. E ela quer ser salva, tendo a Jesus como seu Senhor. 

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