quarta-feira, 25 de abril de 2018

FUNCIONAMENTO DE CÉLULAS NA IGREJA

QUAL O TAMANHO IDEAL DE UMA  CÉLULA
                                               Pr. Érico  Rodolpho  Bussinger
                                Em princípio, é bom conceituar uma célula.  Esse termo tem sido usado nos meios cristãos para designar uma pequena parte do corpo de Cristo (a sua Eklesia, Igreja), que tem vida.  Por exemplo, uma determinada empresa, ou negócio, tem em seu corpo de empregados 6 crentes, de diversas denominações evangélicas.  Eles até poderiam formar ali, no ambiente de trabalho, uma célula.  Mas em geral eles não o fazem. E é muito comum até desenvolverem sentimentos ruins uns para com os outros.  Mas se eles se unirem, se reunirem em nome de Jesus e começarem a atuar em favor da empresa e de seus funcionários, eles serão uma célula do corpo de Cristo ali, representando legitimamente a noiva de Cristo ali. Mas não é o que normalmente acontece.
               Em uma igreja “organizada” podem funcionar muitos grupos pequenos de crentes.  Mas não serão necessariamente uma célula.  Para que sejam uma célula do corpo de Cristo, é necessário que os participantes desses grupos tenham compromissos mútuos, estejam debaixo de liderança, reconheçam seus líderes como autoridades espirituais e esses líderes também estejam debaixo de autoridade do corpo de Cristo.
              Nas últimas décadas, e creio eu que fazendo parte dos propósitos de Deus para purificar a Sua noiva para o Arrebatamento, tem surgido muitos “métodos” de organização dos crentes em células nas igrejas (G12, M12, MDA, etc.).  Em geral, visando resultados (na maioria numéricos) esses métodos têm se baseado em experiências práticas, estabelecendo princípios que “dão certo”, ou “dão resultados”.  A regra geral, em todos eles, e que parece óbvia, é que o sistema tradicional de reuniões massificadas da igreja é muito inapropriado para se obter resultados de participação, envolvimento e crescimento numérico. Por exemplo, é comum existirem “igrejas” que passam 10, 20 ou 30 anos com o mesmo número de membros. Por vezes, o número até diminui. Tudo vira uma “rotina”, não mobiliza os crentes, que acabam se desanimando ou se desviando. É o sistema massificado, até hoje predominante nas igrejas no Brasil. Reuniões e mais reuniões, todos juntos no templo, muitos falam, cantam, oram, pregam, mas pouco resultado aparece.  Os métodos “renovadores” procuram fazer os crentes quererem participar de grupos pequenos.  Mas que não sejam tão pequenos, que os façam perder o foco, se desanimar ou desistir de se reunirem.
                Então, a pergunta, qual o tamanho ideal de um grupo pequeno ou uma célula?
                É evidente também que, se é desejável ver o crescimento do grupo ou célula, seus membros devem ser incentivados a buscarem outros. Um pastor  coreano presbiteriano, de uma igreja que na época tinha 35.000 membros, reconheceu que ele incentivava uma certa concorrência entre os diferentes grupos, quanto ao crescimento. Ele achava isso salutar. O MDA, um método muito difundido no Brasil, estabelece, pela prática, que uma célula deve ter de 6 a 15 membros. E não ultrapassar nunca o número de 16. Quando esse número é atingido, a divisão é obrigatória, chamada de multiplicação, por questões psicológicas. E se formam dois novos grupos, com 6 e 10 membros, por exemplo. E ambos vão continuar a se desenvolver, visando o aumento numérico e, se possível, também o crescimento espiritual de seus membros.
                Há um aspecto muito interessante nisso tudo. O Senhor Jesus disse que, “onde estiverem 2 ou 3 reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles” (Mt.18:20). O quorum mínimo para ser igreja é de 2 ou 3. Mas a condição é que estejam reunidos no nome do Senhor. Doutra forma não. Isto é o que a Bíblia estabelece. A prática, no entanto, vai mostrar que, em geral, esses 2 ou 3 não aumentam e também não conseguem desenvolver a seriedade necessária para que se reconheçam reunidos “em nome do Senhor”. A menos que o líder deles seja um obreiro experiente. Mas nesse caso, ele não se conterá só com a célula e vai querer dirigir uma reunião maior, não uma célula.   Reunir um número de 2 ou 3 não está errado. Entretanto, o número de 6 (sem estar baseado na Bíblia, mas apenas baseado em resultados práticos) tem se mostrado um “mínimo” realista para trazer seriedade à célula. Com um número pequeno, facilmente se descamba para conversas, opinionites e brincadeiras.
                Por outro lado, o número de 16 já é comprovado pela prática (pelo menos no Brasil) que é um limite para que se tenha tempo e oportunidade para que todos possam participar. Se o número de participantes for grande, em geral uns falarão muito, enquanto muitos ficarão inibidos e sem se expressarem, sem participarem, portanto.
                Entendendo os limites (isto é conhecer a natureza humana- Jo.2:25), vamos poder tirar mais proveito de nossas reuniões e atividades cristãs. Mas é necessário observar, analisar e estar pronto para modificações. É a recomendação do apóstolo Paulo: “Cada um veja como está edificando...1Co.3:10“.

                Procure você também entender esses princípios de sabedoria e se encaixar no corpo, de uma forma que você também possa produzir muito fruto (Jo.15:8) e frutos que permaneçam (Jo.15:16).

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