OBEDIÊNCIA E
SACRIFÍCIO
Pr.
Érico Rodolpho Bussinger
A graça de Deus talvez seja dos assuntos mais importantes da
Bíblia. Considerada como um favor não
merecido, a graça de Deus é que propicia condições para que alguém seja
salvo. Se Deus fosse apenas justiça, ninguém
seria salvo. Mas como Ele é também misericordioso (doador de graça), no Plano
de Salvação Deus providenciou o cumprimento da Lei para ser atribuído por graça a cada pessoa que quiser. Dependendo da atitude de uma pessoa, ela pode
receber essa graça de ser justificada perante Deus, o que cumpre a
Justiça Divina e propicia a entrada dessa pessoa na salvação eterna.
Há, no entanto,
que se entender essa graça, para que ela não seja barateada. Uma graça barata
não provém de Deus. Por que razão Deus distribuiria graça a todos, involuntariamente,
de qualquer maneira? Isso seria tão somente jogar por terra a Justiça Divina.
Se uma pessoa faz o que bem entende, peca à vontade e depois recebe a graça da
salvação independente de sua atitude,
isso desmereceria a Justiça de Deus e contaminaria por completo o Céu e toda a
eternidade, levando para lá todo tipo de pecado. Alguns chamam a isto de
universalismo. Ou seja, Deus é tão bom que não condenará ninguém,
mas salvará a todos. Nada mais
distante da Bíblia. Se Deus é santo, Ele não vai querer a contaminação do
pecado junto dEle pela eternidade. Na verdade, Deus é justo, não tem prazer na
condenação do perverso, mas condenará a todos que pecarem contra Ele. Para isto Ele estabeleceu o Juízo Final
(Ap.20:12,15).
A manifestação
da graça de Deus depende de uma atitude de cada pessoa. Ela é individual. Cada
pessoa deve se arrepender de seus pecados e crer em Jesus (Lc.24:47 ). O crer em Jesus deve ser em quem Ele
realmente é. Jesus é Senhor e a fé
verdadeira leva o crente a tê-lo assim (Rm.10:9,10). Se o
crente se submete a Jesus como Senhor, ele terá a certeza de salvação (At.16:30,31).
Caso contrário Jesus não será seu salvador. A graça depende de uma atitude.
Ela é gratuita no merecimento da salvação, mas não independe da atitude
da pessoa. Somente acreditar que Jesus é
Deus e salvador não acarreta salvação.
Essa fé é morta (Tg.2:25). Também
somente aceitar a Jesus como sendo único e suficiente salvador não é fé
verdadeira. Até o diabo crê nisso
também. Eu creio que esse equívoco é que
tem colocado nas igrejas muitos crentes
meramente "acreditadores",
mas não convertidos. Jesus não é senhor
na vida deles. Eles não obedecem, não
são servos e também eles são capazes de passar uma vida "na igreja" e
não produzir obras. Sua fé é morta.
Muitos crentes
interpretam mal o texto de 1Sm.15:22, que diz que o OBEDECER é melhor do que o
SACRIFICAR. Isso não significa que Deus
não quer sacrifícios, mas apenas que eles devem vir como consequência de uma
vida de obediência, e não como um pagamento da salvação ou que o sacrifício
seja um preço para comprar o perdão dos pecados e a salvação. Os primeiros 2 mandamentos exigem, da parte
de Deus, que a pessoa adore a Deus e lhe
dê culto (Mt.4:10). Deus não quer
adoradores de mãos vazias, ou seja, que não façam nada por Ele (Ex.23:15). Mas Deus enfatiza que o simples ofertar (como
Caim) não pode comprá-lO . Sem primeiro obedecer a Deus, a oferta de
alguém será vã.
Em Jz.6
encontramos a história de Gideão, que depois de receber um chamado de Deus,
decidiu obedecer. Mas antes ele resolveu
ofertar a Deus um sacrifício (v.18). A
aceitação de Deus do sacrifício seria o sinal de aprovação. Foi o que ocorreu quando Gideão ofereceu um
sacrifício. Também o fato de Deus aceitar a oferta de Abel foi uma
confirmação. Os crentes foram chamados para
cultuar a Deus. A ordem é para todos (Mt.4:10),
mas somente os servos e obedientes oferecerão a Deus o seu trabalho e o seu
sacrifício como culto, cumprindo assim aqueles dois primeiros mandamentos. Dessa forma a sua fé não será morta. Sua fé no sacrifício de Jesus também não será
vã. Os frutos dessa vida testificarão da
salvação.
Em resumo, a
graça de Deus não é de graça. Mas
depende de uma atitude de quebrantamento e arrependimento. Graça barata não gera justificação, nem
salvação.
Portanto, não
basta simplesmente "aceitar" a
Jesus. Tem que se tornar "servo", para que tenha
Jesus como Senhor e Ele lhe seja salvador (At.16:31).
Dá para
entender?
Cuidado para não
querer baratear a graça de Deus e só descobrir isso na condenação eterna.
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