China Rússia e Índia querem
fechar missões cristãs
Quase 20 por cento da população do mundo
poderá deixar de ser atendida por Organizações Não Governamentais (ONGs)
cristãs a partir do próximo ano. Leis feitas para prejudicar igrejas estão
sendo aplicadas a grupos missionários em diversos países.
Em abril, o governo
chinês impôs novas regulamentações que afetaram mais de 7.000 ONGs estrangeiras
que operam no país. Elas passaram a ser obrigadas a fazer um registro na
polícia local e encontrar um “parceiro” no país para continuar trabalhando,
algo bastante difícil.
Além disso, todas
as Organizações do tipo estão proibidas de participar ou de financiar
atividades religiosas. Tais medidas podem provocar a saída do país de grupos
cristãos que fazem trabalhos na área médica, educacionais e de desenvolvimento
social no país mais populoso do mundo, com 1,4 bilhão de pessoas e muitas
carências.
As dificuldades
para cristãos na China são antigas, mas o Partido Comunista vem tentando desde
2008controlar todas as atividades cristãs e agora seu alvo são os trabalhos
humanitários.
Mas os chineses não
estão sozinhos. Outros países estão cerceando trabalhos missionários há anos.
Enquanto as leis
variem, o objetivo é o mesmo. Há casos onde o financiamento vindo do exterior é
regulado. Os vistos de trabalho para funcionários das ONGs são restritos em
algumas nações. Alguns exigem caríssimas “taxas de registro” junto ao governo.
Na Índia, por
exemplo, as ONGs são obrigadas a relatar todas as doações estrangeiras no prazo
de 15 dias e comprovar que o dinheiro não é utilizado para atividades que
possam “afetar prejudicialmente os interesses do Estado”. Em outras palavras,
sem evangelização! Desde que Narendra Modi tornou-se primeiro-ministro em 2014,
a Índia cortou o financiamento estrangeiro de mais de 13.000 ONGs.
A Rússia começou a
reprimir ONGs estrangeiras cerca de 10 anos atrás, explica Sergey Rakhuba,
presidente da Missão Eurásia. Em 2012, o governo aprovou uma lei restringindo a
atuação das ONGs, chamadas de “agentes estrangeiros”, o que para os russos
conota traição.
Desde que a lei foi
aprovada, cerca de um terço delas fecharam as portas, de acordo com estatísticas
oficiais.
Para Moscou, o
trabalho religioso associado a elas era considerado de cunho “político”, pois
trazia elementos alheios à tradição do país, onde a Igreja Ortodoxa impera. A
nova legislação que proíbe a evangelização fora das paredes dos
templos teve um efeito imediato sobre os trabalhos de Organizações cristãs que
possuem trabalhos de cunho social.
Alegando que deseja
combater o terrorismo, questões religiosas não podem ser anunciadas
abertamente. Se qualquer funcionário de uma ONG falar sobre sua fé e for
denunciado, pode ser preso e expulso do país.
Sandra Joireman,
cientista político da Universidade de Richmond, lembra que as ONGs estrangeiras
enfrentam problemas em outros países e cita a Etiópia. Por questões políticas,
as Organizações cristãs estão sendo expulsas. “Elas são vistas como grupos
pró-democracia, na medida em que estão promovendo ideias de liberdade” e isso é
ruim para o governo atual.
Quem perde é a
população
Arch Puddington,
vice-presidente de pesquisas da Freedom House explica que os maiores
prejudicados são as pessoas atendidas. Sem o apoio financeiro do exterior,
esses trabalhos não se sustentam. “A maior parte dos trabalhos das organizações
ocidentais é amparado por organizações religiosas… As ONGs locais na maioria
das vezes não têm experiência nem capacidade para resolver problemas de saúde
ou questões de educação”, analisa.
O professor Stephen
Offutt, do Seminário Teológico Asbury, estuda o desenvolvimento social apoiado
por organizações religiosas. Ele entende que a presença de muitas ONGs
estrangeiras é “frequentemente consequência de um Estado pobre e fraco, que
depende delas para fornecer serviços de saúde ou de educação”.
Porém, esses
benefícios são minimizados “Quando as ONGs começam a dizer coisas que os
governos não gostam e isso os deixa nervosos”, e isso os fazer criar barreiras,
encerra. Com informações de Christian Today
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