A PREGAÇÃO NÃO
É FALAÇÃO
Pr. Érico
Rodolpho Bussinger
Se
quase todas as coisas no mundo estão evoluindo, será que o papel da pregação também não vai ser reduzido e
em algumas situações até mesmo considerado desnecessário? Na área da Educação, por exemplo, muita coisa
tem evoluído. As aulas expositivas, como
método, têm dado lugar a outros tipos de ensinos, como o áudio-visual (TV), o
uso de livros interativos, para ser usados pelo próprio aluno, etc. Em nosso tempo os filmes têm em muitas situações superado os respectivos livros; o conhecimento pela INTERNET (Google,p.ex.)
tem dispensado o uso de dicionários, enciclopédias e outras formas de
consultas/pesquisas. Será que na Igreja
o papel das reuniões de culto, com
falações, também não estará vislumbrando o seu fim? É fato que muitas igrejas têm usado mais
intensivamente a TV e a INTERNET para desenvolver sua comunicação. Mas basicamente o método nas igrejas continua
sendo o de “falação”, ou seja,
apesar de o auditório poder ser imenso, todos estão voltados para a frente,
onde uma pessoa está falando ou cantando.
Alternativamente, na música, pode ser um conjunto, um coral, etc. Mas
basicamente os auditórios são sempre voltados para frente (púlpito, altar?).
Também é fato que nos países da Europa e da
América do Norte o sistema de cultos evangélicos está perdendo espaço entre a
população, que cada vez mais se ausenta dos templos. É comum em países tais,
que a percentagem de fiéis que freqüentam os templos seja da ordem de 1 a 2%
deles apenas. O ser humano moderno,
habitante desses países considerados mais avançados, não mais considera como
importante o freqüentar uma reunião de culto, onde vai ouvir o que já sabe, que
lhe parecerá irrelevante (abobrinha?), quando no mesmo tempo, em casa, ele
poderia na INTERNET alcançar muito mais conhecimento. E vai
se desinteressando pela religião. Esse
aspecto é ainda agravado pelo processo de massificação
das igrejas. Cada vez maiores em
número de pessoas, os assistentes de reuniões estão cada vez mais se sentindo
sozinhos, embora em meio a uma multidão de outros crentes.
Como evolução do método de pregação,
as igrejas estão evoluindo para o método
de shows, tentando motivar melhor os assistentes. O coral não pode ficar na galeria lá atrás.
Tem que estar de frente para o auditório.
O conjunto, banda ou cantores idem.
O povo tem que ver o que eles estão fazendo, não só ouvi-los (o cântico
é para Deus ou para o auditório?). Os
pregadores têm que se vestir bem, gesticular bastante e ilustrar a apresentação
do seu sermão, a fim de agradar ao povo.
Eles têm que usar a argumentação e a duração do sermão seguindo técnicas
aprendidas, visando dinamizar a sua pregação-show. Os pregadores que conseguem esses resultados realmente passam a valer muito no mercado
religioso, tornando-se famosos e dignos até de programas de TV.
E Deus, onde se encaixa nesse verdadeiro circo religioso, onde o culto é substituído por show, onde a
exposição da Bíblia dá lugar a elaboradas preleções e os resultados
são medidos pelo sucesso junto ao povo?
Eu creio piamente que precisamos nos
reportar aos princípios, inclusive questionando tudo que recebemos a respeito
de tradição religiosa de cultos.
A Bíblia nos diz que Jesus ensinava, porque tinha autoridade
para isso (Mt.7:29). Seus métodos de ensino eram bem diferentes de uma
“pregação” nos templos atuais. A começar
que Ele não pregava em templos. Quando
Jesus cumpriu sua missão e voltou para o Pai, Ele nos deixou uma ordem maior: “IDE POR TODO O MUNDO E PREGAI O EVANGELHO A TODA CRIATURA”
(Mc.16:15). É ponto de concordância
unânime que essa ordem é para todos os
cristãos. A essência dessa ordem é o
“KERIGMA”, palavra grega que significa a
proclamação. É o anunciar as boas
novas do Evangelho para todas as pessoas. De qualquer maneira (Fl.1:15,18; 2Tm.4:2), com
qualquer método e para todas as pessoas (as que querem e as
que não querem ouvir). É para todos. O
“Kerigma” visa despertar a FÉ.
Entendemos que a FÉ é um dom de Deus (Ef.2:8,9). Esse dom é dado, a FÉ
vem, quando a pessoa ouve o “Kerigma” (Rm.10:17). Antes ela não poderia crer, mas após o ouvir,
ela terá FÉ e então poderá crer (ou não).
O conteúdo do Evangelho que será proclamado é o significado da morte de
Jesus e a necessária decisão pessoal da pessoa.
Essa proclamação é para todos os
crentes e não precisa ser na forma de uma “pregação”, muito menos em um
templo (não é nos templos que se deve evangelizar, é “lá fora”).
A segunda parte da ordem de Jesus é o
ensino, o “DIDACHÊ”. Ele disse: “IDE,
FAZEI DISCÍPULOS DE TODAS AS NAÇÕES...”(Mt.28:18-20). Para se fazer um discípulo, entre outras
coisas, tem-se que ensiná-lo. Não se
ensina a qualquer um, mas somente aos que creram (e que reconhecem a nossa
autoridade). Não podemos ensinar a quem
não quer aprender. Também não podemos
ensinar a quem não reconhece a nossa autoridade. Aqui reside o papel da
pregação “na igreja”. Pregação não é para qualquer um, é só
para pregadores, que receberam esse dom e chamado do Senhor. Mas eles precisam também da autoridade
espiritual para fazê-lo. A idéia
embutida nessa função é que os crentes se reúnem (por exemplo, nos templos) para dar culto a Deus, o que também é
uma ordem do Senhor (Sl.95:6, Sl.117:1) e para
serem ensinados (pelo pastor que recebeu autoridade de Deus para isso, não
por qualquer um). O culto não é show. Os
crentes se reúnem para ser ensinados (não evangelizados). Têm que aprender.
Têm que crescer. Têm que praticar. E têm que ser cobrados. E deve haver uma pessoa com autoridade de
Deus para isso. No caso o seu pastor.
Em nossos dias tem havido muitas
distorções no sistema de culto nas igrejas.
Para começar, em muitas igrejas não são cultos a Deus, mas apenas
reuniões com finalidades diversas. As pregações são meramente falações. Quem prega em geral não tem a autoridade de
Deus para exigir e cobrar. Em muitos
casos o objetivo é só agradar ao público, não o fazer os crentes crescerem
espiritualmente. E em muitas situações
nem são crentes, mas apenas assistentes.
Como darão culto assim? Como aprenderão de quem não tem autoridade
espiritual? Como praticarão o que
nem sabem de que fonte aprenderam? O que
esperar então de igrejas com crentes (ou assistentes) assim?
Eu creio que é tempo de
questionarmos muitas coisas da nossa herança religiosa. Entre elas devemos com muito carinho questionarmos as pregações (ou falações) na
igreja. Deus nos ajude a isto. Paz!
Glória a Deus amei o estudo obrigado pastor Eric como tem me ajudado tem me dado muito discernimento para pegar o que é bom e botar o que é ruim no bolso furado obrigado pastor
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